Carta da Saúde

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Matriciamento em fisioterapia

Matriciamento permite avaliar e encaminhar a demanda reprimida e investir em prevenção

O Matriciamento em Fisioterapia do Distrito de Saúde Sudoeste foi criado para avaliar, acompanhar e orientar os pacientes encaminhados para a Fisioterapia nos Serviços de Saúde, em conjunto as Equipes de Referência. As ações foram iniciadas pela análise da demanda reprimida. Os pacientes de maior complexidade foram encaminhados para o Serviço de Referência em Reabilitação e os casos com diagnóstico crônico-degenerativos leves a moderados foram atendidos nos próprios Centros de Saúde. Esse arranjo permitiu a realização de 18 grupos de atendimento, num total de 144 pacientes em acompanhamento fisioterápico nas seis unidades.

Dentre os resultados, está a regularidade do matriciamento em Fisioterapia para as equipes de referência dos Centros de Saúde, que possibilitou a avaliação conjunta de pacientes, a discussão de Projetos Terapêuticos Singulares, a realização de visitas domiciliares e a criação de novos grupos multiprofissionais em áreas onde a Fisioterapia passou efetivamente a atuar no campo da Atenção Básica.

É sobre esta experiência que Alexandra Cristina Cruz Carlini fala nesta edição da “Carta da Saúde”. Ela que é fisioterapeuta da Sudoeste, recebeu a Reportagem no Complexo Hospitalar Ouro Verde. Confira:

Carta da Saúde – Qual é a experiência do Distrito de Saúde Sudoeste no desenvolvimento do Projeto de Matriciamento de Fisioterapia que envolve o complexo Hospitalar Ouro Verde e os Centros de Saúde?

Alexandra Cristina Cruz Carlini: Vou contar um pouco da história. Começa como um projeto piloto. Havia uma unidade, Centro de Saúde União dos Bairros, que tinha uma grande demanda e a vulnerabilidade dos pacientes também era maior. A decisão foi começar por lá. Dentre outras coisas, fizemos junto com a unidade, no Centro de Saúde mesmo, uma pré-seleção dos encaminhamentos e desta, uma seleção do que era de real demanda. Eram mais de trezentos pacientes em lista de espera para a fisioterapia e quando o Projeto chegou à unidade a equipe toda inicia uma avaliação desses encaminhamentos. Muitos pacientes já haviam melhorado, outros não necessitavam mais de reabilitação, outros já tinham se mudado de cidade e outros precisavam de nova avaliação. Conseguimos zerar a lista de espera da Unidade Básica em dois meses de atuação do Projeto de Fisioterapia.

Carta – O impacto então foi a redução do acúmulo de casos em fila de espera?

Alexandra: Sim. Principalmente porque tinha um acúmulo, uma demanda reprimida em que não havia um olhar da especialidade. Tendo dado certo em uma, nós iniciamos a expansão para outras unidades que também apresentavam esta demanda reprimida. Aeroporto, Vista Alegre, São Cristóvão, DIC I, DIC III. O Projeto começou no União dos Bairros em outubro de 2006. Em janeiro de 2007 expandimos para as outras unidades. Em 2009 o Centro de Saúde Santo Antônio também estava entre estes Serviços, pois a avaliação era de que os pacientes também tinham uma vulnerabilidade maior. Em 2009, passamos a acompanhar as equipes do São Cristóvão, DIC I, União de Bairros, e Santo Antônio.

Hoje, com o aumento da carga horária para este trabalho (de 18 para 30h semanais), ampliamos o foco do matriciamento, que antes era só para a especialidade fisioterapia e hoje para os grupos já existentes na unidade. Este trabalho amplia o olhar do médico, qualifica a discussão em equipe, as visitas domiciliares tornaram-se mais frequentes.

Carta – Podemos dizer que no início o Projeto tinha um caráter de mutirão?

Alexandra: Isso. Resolver casos. Dar encaminhamentos. Agora são quatro Centros de Saúde em que estamos trabalhando com a prevenção, matriciando as equipes para as ações com os grupos de hipertensos e diabéticos, gestantes, dislipidemias, jovens e adultos com orientações posturais, orientações às atividades físicas, orientações a prevenção de acidentes automobilisticos, prevenção a patologias decorrentes à função de trabalho. É isso que nós estamos fazendo agora. Antes era só resolução daqueles problemas. Ao conseguirmos zerar uma fila de espera é possível focar o trabalho de prevenção. Conseguimos dedicar um olhar mais singularizado aos pacientes e discutir aqueles casos mais graves incluindo  os outros serviços, como o Said. Hoje, a gente consegue discutir os casos com os diferentes profissionais que compõe as equipes dos Centros de Saúde, para a além das especialidades. Buscamos a integralidade. Quando  necessário há casos que são encaminhados, sim, para o nosso Ambulatório, no Complexo Hospitalar Ouro Verde. Não posso dizer que dá para resolver tudo numa unidade básica. Mas 80% eu consigo.

Dê sua opinião: comunica.smscampinas@gmail.com

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10 thoughts on “Matriciamento em fisioterapia

  1. Francielle on said:

    Profissionais assim realmente preocupados com a saude e respeito com a população que precisamos.
    Excelente iniciativa da profissional, parabéns pelo lindo trabalho!

  2. ALEXANDRA,

    PARABÉNS PELA CRIAÇÃO DO PROJETO, QUE COM CERTEZA ESTÁ DANDO CERTO.REALMENTE VEJO A NECESSIDADE DE SE TRABALHAR NA PREVENÇÃO EM SAÚDE NO AMBITO DA FISIOTERAPIA.

    PARABÉNS A TODA EQUIPE

  3. Marcio Alessandro Carlini on said:

    Parabéns pelo trabalho desempenhado,realizando o trabalho com amor e dedicação o sucesso está garantido.

  4. Lucas de Souza Detoni on said:

    Boa Noite à todos,

    Quero Parabenizar a Dra. Alexandra pelo seu excelente trabalho. Eu a acompanho desde os trabalhos no CS Dic 1 e agora que estou no Cs Santo Antônio realmente fica claro a competência e a gestão desta profissional.
    A saúde pública de Campinas precisa de mais profissionais como esse.
    Parabéns novamente Dra. Alexandra.

  5. Isabella Mantovani Gomes on said:

    Parabenizo a todos os profissionais envolvidos nessa experiência que deu tão certo!
    Em especial, parabenizo a Alexandra pela competência.
    Quem já trabalhou com ela pode atestar o quanto sua atuação profissional é eficiente e de grande impacto à saúde pública!

  6. M. Luiza-reabilitação on said:

    “Quem sabe faz a hora não espera acontecer!!!!”
    Além do grande impacto na qualidade da oferta de reabilitação,esta experiência nos mostra o quão importante é a presença de fisioterapeutas, terapeutas ocupoacionais,fonoaudiólogos e outros profissionais no território.
    Parabéns Alexandra Carlini,parabéns Alexandra Ganev e toda equipe de reabilitação do Ouro Verde.
    Maria Luiza e todos os colegas da câmara técnica de reabilitação

    mara técnica de reabilitação

  7. Rita Gallo on said:

    Alexandra
    Profissionais como você, que com carinho e empenho se dedicam a um trabalho tão importante, nos fazem continuar acreditando na saúde pública. Certamente com as dificuldades que todos os dias tem de driblar, mas que a criatividade e o uso máximo do seu potencial permitem ampliar a assistência de boa qualidade aos pacientes. Continue assim!
    Rita

  8. Laís Cristina Maffeis on said:

    Ale, parabéns pelo trabalho da sua equipe! O SUS é um dos melhores sistemas de saúde que existe e, é através de profissionais como você que seu sucesso pode ser visto. Ainda temos muito trabalho pela frente, mas a persistência e dedicação fazem toda a diferença.
    Que Deus continue te iluminando!
    Laís.

  9. Isa Cavallini on said:

    Parabéns Dra. Alexandra!
    É de profissionais com iniciativa como você que estamos precisando no setor de saúde no nosso país!

  10. Danielle Brito on said:

    Oi Alexandra,
    Fico feliz com os frutos do seu primoroso e dedicado trabalho. Os resultados vêm para comprovar isso!
    Que Deus continue te abençoando hoje e sempre!
    =D

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